O DESFILE TRIUNFAL DE CRISTO II
2Co 2:15-16
porque para Deus somos o aroma de Cristo entre
os que estão sendo salvos e os que estão perecendo. Para estes somos cheiro de
morte; para aqueles fragrância de vida. Mas, quem está capacitado para tanto?
Ao escrever esta passagem da carta aos
Coríntios, Paulo tem em mente o antigo desfile triunfal. Os generais vencedores
faziam uma espécie de cortejo, onde seus prisioneiros de guerra eram exibidos
como troféus e deveriam queimar o incenso em honra ao Imperador. Aquele perfume
espalhava-se e onde o aroma chegasse os homens sabiam que César era o senhor do
Império, o soberano.
Interessante como Paulo vê a si mesmo
como prisioneiro de Jesus que queima o
incenso, que exala o perfume de Cristo em todo o lugar e em todas as
circunstâncias. Ao escrever aos filipenses, o apóstolo, que estava preso, disse
que se tornou “embaixador em cadeias” e através da sua prisão, a guarda
pretoriana tomou conhecimento do Evangelho (Fp 1:12-14); aos coríntios ele
disse: “dia após dia eu morro”, pois nele operava a morte, mas na Igreja em
Corinto operava a vida (2Co 4:12). Paulo tinha uma profunda consciência de que
era um vaso de barro mas que continha um tesouro precioso (2Co 4:7) e uma
grande responsabilidade como despenseiro dos mistérios de Deus (1Co 4:1). Por meio
dele o Evangelho expandiu-se chegando na Europa, em Roma e algumas fontes extra
bíblicas apontam a Espanha.
Contudo a fragrância que Paulo exalava
tinha um duplo efeito: aroma de vida para quem está sendo salvo e aroma de
morte para quem está perecendo. Isto me faz refletir sobre autoridade da
Palavra de Deus, que tanto pode salvar como condenar, dependendo como ela é
recebida. Paulo não mercadejava a Palavra, não falsificava a mensagem porque
como escravo de Cristo importava agradar a Deus. Aqueles que recebem a Palavra
recebem vida, quem rejeita permanece na morte.
Através
da Igreja o perfume de Cristo vai encher todo lugar, o Cristo será manifesto,
sua multiforme sabedoria será conhecida, seu amor experimentado, sua compaixão
será estendida. É claro que será sempre cheiro de vida para quem crê e cheiro
de morte aos que perecem. A nós cabe proclamar, ao Senhor cabe salvar, a quem
ouve cabe receber.
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